Governo reafirma em Brasília interesse em instalar usina nuclear na Bahia
O governador Jaques Wagner reafirmou, em audiências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, no dia 11/02/2010, em Brasília, o interesse do governo baiano em habilitar-se para instalação, em seu território, de uma central nuclear geradora de energia elétrica. Lula receberá, em dois meses, o resultado dos estudos sobre a viabilidade da instalação da usina e só depois decidirá qual estado será contemplado com o investimento, calculado entre U$10 a U$ 13 bilhões, por meio de leilão. O presidente está aguardando os estudos e vai ouvir ministros e setores competentes no assunto.“A oferta de energia elétrica sempre é fator necessário à expansão do desenvolvimento baiano. O potencial hidráulico está bastante explorado, restando poucas opções para instalação de usinas hidrelétricas de grande porte. Portanto, a geração de eletricidade, por meio de usina nuclear, passa a ser uma opção estratégica relevante para a Bahia e para todo o Nordeste”, disse Wagner. Segundo ele, a obra é considerada estruturante, pois gera emprego e renda. O ministro Edson Lobão informou ao governador que vários estados nordestinos também são candidatos a construir a central nuclear e que o governo federal deseja uma confluência entre tais interesses. Wagner sugeriu estudos sobre a possibilidade do projeto de construção da central nuclear ser realizado na fronteira entre os estados, embora ache difícil tal solução.Entre algumas das exigências para a construção da central nuclear geradora de energia elétrica estão que o local escolhido para a construção seja próximo de fonte fria (disponibilidade de água de rio ou de mar) e perto de linhas de transmissão. Além disso, o terreno não pode ser poroso.
Ao mesmo tempo, o ministro Lobão disse ao governador que nos próximos 20 anos o Brasil terá que dobrar sua oferta de energia elétrica para garantir o crescimento sustentável da economia e que as usinas nucleares serão importantes para garantir a oferta de eletricidade. Um ponto positivo para a Bahia é a existência do Distrito Uranífero de Lagoa Real, localizado a 20 quilômetros a nordeste de Caetité.
Agora conheca a opinião dos ambientalistas sobre esse assunto:
De uns tempos para cá, a indústria nuclear vem usando uma estratégia de marketing para convencer a sociedade e os tomadores de decisão de que a energia nuclear é limpa porque não emite gases do efeito estufa e, assim, não contribui para o problema do aquecimento global. Em primeiro lugar, não é verdade que a energia nuclear não gera gases do efeito estufa. Para construir a usina, para extrair e enriquecer o urânio utilizado como combustível nuclear, para armazenar os rejeitos nucleares e desativar a usina ao final de sua vida útil, é necessária uma grande quantidade de energia. Este processo todo significa a emissão de muitos gases, inclusive CO2. Assim, ao se considerar todo o ciclo produtivo da indústria nuclear, temos uma energia que emite muito mais gases de efeito estufa do que qualquer tipo de energias renovável. Além disso, um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) mostrou que, para resolver o problema das mudanças climáticas, seria necessário construir pelo menos mil novos reatores no curto prazo, o que é impossível – tanto econômica quanto fisicamente. Por fim, o argumento de energia limpa não se sustenta porque a energia nuclear utiliza um combustível de disponibilidade finita e gera toneladas de lixo radioativo – uma poluição perigosa que, assim como o aquecimento global, será herdada pelas próximas gerações e permanece perigosa por centenas de milhares de anos. Além disso, a quantidade de dinheiro público empregado em usinas nucleares representa um obstáculo concreto à implementação de medidas efetivas de mitigação do aquecimento global.
Fonte:Greenpeace
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